Gigantescas cidades pré-fabricadas são construídas para populações que nem existem ainda!
Estima-se que 700 milhões dos mais de um bilhão de habitantes da China residem em áreas urbanas. Com isso, o país atingiu um importante ponto de inflexão em sua evolução de economia agrária para país industrial. Mas a migração populacional em massa, combinada com a insistência do governo chinês em manter um planejamento central (e não dar a mínima para a teoria keynesiana) resultou num fenômeno estranho: gigantescas cidades pré-fabricadas são construídas para populações que nem existem ainda.
Desde a Revolução Cultural de 1978, a China construiu mais de 500 dessas cidades vazias, e outras centenas serão erguidas até o final da década. A teoria por trás do negócio faz sentido: em 2020, um em cada oito seres humanos viverão em cidades chinesas, totalizando mais de um bilhão de pessoas. A atual infraestrutura urbana da China simplesmente não poderá comportar esse boom populacional.
Mas a iniciativa chinesa é uma grande aposta. Em vez de expandir lentamente as áreas urbanas de acordo com a demanda, a liderança política da China prefere construir cidades inteiras de uma só vez. Embora a ideia tenha as vantagens de um planejamento centralizado, que permite ao governo definir a infraestrutura dos espaços públicos como escolas, prédios governamentais, lojas, shoppings e até universidades, o método é bastante arriscado. Se alguma parte da cidade não conseguir se firmar econômica, industrial ou residencialmente, o lugar inteiro corre o risco de fracassar.
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